As cidades, a cultura e a economia criativa são amplamente entendidas como interdependentes, surgindo interligadas num rol de iniciativas, discursos e agendas. A música, enquanto linguagem e manifestação cultural universal, é um elemento-chave nesta equação. Basta pensar em Manchester ou Liverpool, cidades cuja identidade está intensamente ancorada na música. Nesse contexto, o conceito de cidades musicais tem marcado presença com especial intensidade não apenas nos discursos de atores políticos, de outros representantes locais e de consultores internacionais, mas também no meio acadêmico, através de diversas pesquisas desenvolvidas no âmbito das ciências sociais. São múltiplos os significados atribuídos ao conceito de cidades musicais, e diversas as abordagens através das quais ele tem vindo a ser utilizado. Porém, de uma forma geral, e à semelhança do que acontece com muito do discurso acerca das indústrias criativas, podemos afirmar que grande parte da narrativa em torno das cidades musicais está ancorada em concepções e experiências predominantemente anglo- e eurocêntricas. Urge, por isso, alargar a discussão acadêmica a outras perspectivas, a outras realidades, a outros contextos. Se a construção de conhecimento científico em torno do conceito e da temática das cidades musicais se iniciou e teve até ao atual momento especial destaque no Norte Global, importa que agora caminhe para o Sul Global e seja enriquecido com outras perspectivas, proporcionando uma reflexão alargada sobre os múltiplos significados e as diversas configurações que o conceito assume na contemporaneidade, à luz daqueles que podem ser os contributos das várias ciências sociais para a sua leitura e o seu entendimento.

Sem limitar o foco e as abordagens dos artigos, convidamos à submissão de trabalhos que discutam e reflitam o conceito de cidades musicais a partir das seguintes dimensões:

  • o seu lugar na definição de políticas culturais urbanas;
  • as dimensões sensíveis/afetivas da presença e da experiência musical nas cidades;
  • a lógica de entendimento da música como património cultural e como representativa da identidade local;
  • o seu potencial enquanto criador de reputações das urbes contemporâneas;
  • as comunidades/os ecossistemas musicais construídos em contextos urbanos, que remetem para os diferentes atores que participam em cada passo da cadeia de valor da música;
  • a atividades de diversos atores (músicos, produtores, mediadores, público) na reconfiguração de espaços das cidades, suas formas de ocupação e usos por via das práticas musicais;
  • cartografias de cenas e circuitos musicais;
  • o potencial da música para a inclusão, coesão social, formas de sociabilidades e para a reivindicação do direito à cidade;
  • as cidades musicais como locus centrais para a construção de carreiras na música.

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