Paula GUERRA, KISMIF Convenor, Faculty of Arts and Humanities, Institute of Sociology, University of Porto, CITCEM, CEGOT, Griffith Centre for Cultural Research, KISMIF Project Coordinator, Portugal.
Pedro QUINTELA, Faculty of Economics, Center for Social Studies, University of Coimbra, KISMIF Project, Portugal.
Nuno Faria, Artistic Director of Porto City Museum, Portugal.
Matthew WORLEY, University of Reading, Subcultures, Popular Music and Social Chan ge Network, United Kingdom.
Tony DRYTON, Ripped & Torn, United Kingdom.
Samuel ETIENE, École Pratique des Hautes Études, Université PSL, Laboratoire CHArt, France.

Price: free.
08 July | Gabinete Gráfico, Museu da Cidade do Porto [Graphic Office, Porto City Museum]

 

Descrição: Os anos 1980 representam um marco cronológico de grandes mudanças para um Portugal recém-saído do período revolucionário e numa fase de estabilização democrática, de onde se destaca: uma notável expansão do poder de compra e das classes médias; o processo de adesão à Comunidade Económica Europeia, que resultou numa afluência de investimentos comunitários, na quebra de um certo isolamento internacional e no fim das barreiras alfandegárias; um forte processo de secularização, ainda que marcado por acentuadas diferenças regionais; um aumento da escolaridade média e reforço da cultura de massas, entre outros indicadores. Particularmente importante foi o processo de integração na esfera cultural pública de várias camadas populacionais como as mulheres e os mais jovens. Em relação a estes últimos, podemos mesmo falar de uma
busca ‘pelo direito à diferença’, como bem demandou António Sérgio, marcante radialista português. É precisamente essa busca pela diferença, nos mais jovens (e não só) que vai mudar significativamente o panorama cultural portuense na década de 1980. Esta exposição assenta, assim, na visibilização de um conjunto de movimentos e de experimentações artísticas emergentes, e que assumiam um pendor fortemente independente, na cidade do Porto na década de 1980 e cujos ‘ecos’ se estendem e, de algum modo, repercutem até à atualidade, sob múltipla e variadas formas. Um dos melhores exemplos de experimentação artística, musical e juvenil – baseado num ethos do-it-yourself – foram, sem dúvida, os fanzines: sujeitos e objetos de incidência desta exposição.

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